Abates Religiosos: Shechitah- Abate Ritual Judaico

As leis brasileiras preconizam a insensibilização dos animais antes do abate. Porém, é permitido o sacrifício de animais de acordo com preceitos religiosos, sem a etapa de insensibilização (o que chamamos de “degola cruenta”), desde que estes animais sejam destinados ao consumo por comunidades religiosas ou ao comércio internacional com países que façam essa exigência, sempre atendendo aos métodos de contenção dos animais e com cuidados extras para que a sangria cause o mínimo de agonia e sofrimento ao animal.

O ritual de abate Shechitah, é usado para obter carne Kosher para pessoas de fé judaica, é realizado através da degola do pescoço, sem a etapa da insensibilização. Este ritual obedece a uma série de ordenanças com o objetivo de, principalmente, obter uma sangria perfeita, já que a “lei de Moisés” proíbe o consumo de sangue animal.

“... Mas tenha certeza de que não comerás o sangue, porque o sangue é a vida, e não poderás comer a vida com a carne.” (Deuteronômio 12, 23)

Os Produtos Kasher são alimentos preparados de acordo com as leis judaicas de alimentação, denominada de kashrut. As leis do kashrut têm suas regras descritas na Bíblia Sagrada e na Tora.

De acordo com as leis de Noé, dadas logo após o dilúvio, não seria permitido comer membros de animais vivos (Gen 9,4). E de acordo com o Rabino Pinchas Baruch (http://pinchasblinder.blogspot.com/), as leis de abate foram dadas a Móises, oralmente, no monte Sinai.

Dentre os princípios da lei do Kashrut está a proibição de não se comer carne de uma animal morto por outro (Êxodo 22, 31). Não são considerados Kasher a carne suína, o camarão, a lagosta e os frutos de mar (Deuteronômio 14, 3-10). E também não se deve misturar carne e leite:

“Não cozinharás um jovem cabrito no leite se sua mãe.” (Deuteronômio 14, 21)

A princípio, todos podem realizar o abate. Há também quem não aceite o abate realizado por mulheres, podendo abater apenas, para o seu próprio consumo. A Mishná proíbe que o abate seja realizado pelo “Surdo, o tolo e o pequeno”, temendo que estes possam estragar o abate.


O “magarefe”, responsável pelo abate, não é somente um matador de animais para fornecer carne Kasher para os devotos do judaísmo, mas sim um funcionário semi-eclesiástico especializado. Ele sacrifica animais para consumo segundo as leis religiosas. Seu conhecimento dessas leis deve ser profundo, e seu trabalho é controlado minuciosamente pelas autoridades rabínicas.

O objetivo do ritual é proporcionar a eliminação do máximo de sangue possível no sacrifício do animal, sem que este sofra. Isso é obtido pela degola do animal ainda vivo, de forma a conferir uma rápida inconsciência e insensibilidade. A degola é feita pelo corte das artérias carótidas e veias jugulares, sem, no entanto, atingir as vértebras cervicais. A faca utilizada no ritual, chamada de chalaf, apresenta quase meio metro de comprimento e deve estar sempre afiada, sendo examinada após cada execução.


Num a degola executada com um golpe rápido, 95% dos animais atingem a inconsciência num intervalo máximo de dois segundos, não causando dor ao animal, sendo este, reconhecidamente, um dos métodos mais humanos de abate.

A contenção dos animais para realização da degola é de especial preocupação. Por razões humanitárias e de segurança, os frigoríficos que executam esse tipo de abate devem instalar equipamentos modernos de contenção, eliminando a prática de suspender os animais ainda vivos para realização da degola.

Após a sangria o ritual continua, sendo os órgãos examinados pelo schochet (magarefe) para verificação de doenças. Os pulmões são inflados para verificação de aderências.

Segundo Nathan Ausubel, muitos países proibiram a prática da shechitah, sob alegação de que constituía uma ato de “crueldade para os animais”. O objetivo dos anti-semitas era o de apelar para os sentimentos humanitários daqueles que gostam de animais e que não estão familiarizados com os métodos da shechitah. A prática de matança ritual judaica intrigou a muitos fisiólogos, biólogos, cirurgiões e dietistas do século XIX. Após muitos estudos, esses cientistas puderam concluir que a shechitah não somente não era cruel, como era o método mais humano e indolor de se sacrificar animais, superior aos métodos não judaicos, como anestesia, eletrocução e golpe. E, além disso, também seria recomendada pelo ponto de vista higiênico, pois a drenagem completa do sangue fazia com que a carne pudesse ser conservada fresca por mais tempo.


Fontes consultadas:

Bíblia sagrada

Coleção Judaica. Conhecimento Judaico II. Nathan Ausubel.

Introdução ao abate ritual judaico – Shechitá. Disponível em: http://pinchasblinder.blogspot.com

GOMIDE, L.A.M.; RAMOS, E.M. & FONTES, P.R. Tecnologia de Abates e tipificação de carcaças. Viçosa. Editora UFV, 2006. 370p

4 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Renata

O blog carnenossa é único, conteúdo nota 1000!!!
Um abraço,
Tássia

23 de dezembro de 2010 às 01:27
Espiritismo Racional disse...

Vejamos a palavra de Ramatis sobre essa questão.

Já tendes provas irrecusáveis de que podeis viver e gozar de ótima saúde sem recorrerdes à alimentação carnívora. Para provar o vosso equívoco, bastaria considerar a existência, em vosso mundo, de animais corpulentos e robustos, de um vigor extraordinário e que, entretanto, SÃO RIGOROSAMENTE VEGETARIANOS, tais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros. Quanto ao condicionamento biológico, pelo hábito de comerdes carne, deveis compreender que o orgulho, a vaidade, a hipocrisia ou a crueldade, também são estigmas que se forjaram através dos séculos, mas tereis que eliminá-los definitivamente do vosso psiquismo. O hábito de fumar e o uso imoderado do álcool também se estratificam na vossa memória etérica; no entanto, nem por isso os justificais como necessidades imprescindíveis das vossas almas invigilantes.
Reconhecemos que, através dos milênios já vividos, para a formação de vossas consciências individuais, fostes estigmatizados com o vitalismo etérico da nutrição carnívora; mas importa reconhecerdes que já ultrapassais os prazos espirituais demarcados para a continuidade suportável dessa alimentação mórbida e cruel. Na técnica evolutiva sideral, o estado psicofísico do homem atual exige urgente aprimoramento no gênero de alimentação; esta deve corresponder, também, às próprias transformações progressistas que já se sucederam na esfera da ciência, da filosofia, da arte, da moral e da religião.O vosso sistema de nutrição é um desvio psíquico, uma perversão do gosto e do olfato; aproximai-vos consideravelmente do bruto, nessa atitude de sugar tutanos de ossos e de ingerirdes vísceras na feição de saborosas iguanas. Estamos certos de que o Comando Sideral está empregando todos os seus esforços a fim de que o terrícola se afaste, pouco a pouco, da repugnante preferência zoofágica.


9 de fevereiro de 2014 às 13:04
Espiritismo Racional disse...

Sobre comer carne.
Vejamos as palavras de Emmanuel.
“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana.
É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esse valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
Temos a considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano.
Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves.
Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.”

(Trecho do livro O Consolador, psicografado por Chico Xavier junto a Emmanuel)

Vejamos as palavras de Andre Luiz sobre os animais.

“A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.
Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência.
O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso, certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes.
Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer valores culinários.

Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente.
Encarecíamos, com toda a responsabilidade da ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.
Esquecíamo-nos de que o aumento de laticínios para enriquecimento da alimentação constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o Lar, será também sagrado.”

“Não nos cabe condenar a ninguém.
Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva.
A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo.
E os nossos abusos com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos.
Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos de um momento para o outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina.
Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenários.
Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.”

(Trechos do livro Missionários da Luz, psicografado por Chico Xavier junto a André Luiz)

9 de fevereiro de 2014 às 13:06
Espiritismo Racional disse...

Sacrifícios de animais em rituais.

O perigo das macumbas, muitas pessoas nada sabem desses perigos. Os Espíritos de Luz ou Espíritos Superiores já mais vão pedir charutos, cachaça, cigarros,sacrifícios de animais e despachos, essas praticas só podem atrair pela sintonia vibratória espíritos desencarnados apegados a matéria e aos vícios terrenos, ou seja, espíritos inferiores e obsessores.Os Espíritos Superiores são Virtuosos em seus ensinamentos, eles procuram moralizar, educar e espiritualizar os seres humanos, incentivando a pratica sincera do bem e das Virtudes. Os espíritos apegados a matéria tratam de assuntos vulgares sem elevação moral, assuntos, como, sorte no jogo, volta da pessoa amada, sorte com as mulheres, melhoria nas finanças, trabalhos para prejudicar desafetos etc. Os Espíritos Superiores já mais vão se manifestar num centro para pedir charutos, cachaça e sacrifícios de pobres animais, isso é ridículo, os animais são nossos irmãos menores na escala evolutiva, devemos respeitar e amar os animais, quem pede esses absurdos são os espíritos da escuridão, cuidado, muito cuidado, eles gostam de enganar as pessoas usando uma
linguagem melosa, suave, doce, com palavras bonitas, eles falam macio, tudo para seduzir as pessoas que estão nesses ambientes de baixa espiritualidade. Eles também usam Nomes pomposos, importantes e sedutores para mistificar. Vou deixar uma pergunta, vocês acham que os Espiritos de LUZ vão pedir despachos, cachaça, charutos, sacrificios de pobres animais inocentes??? O ser humano é um Espirito encarnado no mundo terra para evoluir e se melhorar moralmente, ser bom, honesto, correto, trabalhador, sem vicios, cultivar as Virtudes e os valores morais superiores, é seu DEVER, cumprindo com o seu dever moral ele consegue vencer e evoluir.Devemos nos afastar dos ambientes de baixo nivel moral, por que, nesses ambientes perambulam espiritos inferiores e pertubadores. O ser humano é composto de dois elementos Espirito e materia, o Espirito é a Força inteligente o ser pensante, a materia corporal não pensa e nem sente, portanto, se conhecer como Espirito encarnado com Deveres Morais para cumprir já é uma iniciação para as verdades superiores.

Os animais merecem nosso respeito e nosso amor.
Essa é a Lei de Deus.

9 de fevereiro de 2014 às 13:07

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